A verdade sobre a perseguição de
cristãos no Irã
João Cruzué
Foi muito louvável a atitude das
autoridades políticas e religiosas brasileiras sobre o encaminhamento e o
desfecho da questão Youcef Nadarkhani, o pastor iraniano que foi condenado à
morte e depois sentenciado a três anos de prisão por, supostamente, pregar o
Evangelho na cidade de Rasht, no Norte do Irã. Quero destacar o esforço do
Vice-Presidente Michel Temer, dos Senadores Magno Malta e Marcelo Crivella, Pr.
Silas Malafaia dentre tantos nobres e conscientes líderes religiosos. Entretanto, o sucesso
desta empreitada foi apenas um pingo d'água em um oceano de perversidade, pois
a perseguição de minorias religiosas pelas autoridades do Irã, notadamente das
Igrejas Cristãs, é endêmica e que o caso Nadarkhani foi só um boi de piranha ao
contrário, para inglês ver. O pastor Nadarkhani está a salvo, mas uma multidão
crescente de líderes cristãos anônimos estão mofando nas prisões iranianas sem
ninguém que as veja. Oração é muito importante, mas há muita coisa, de nossa
responsabilidade, que pode ser feita no terreno humano.
Ela depõe contra a História da grande
Pérsia da era de Ciro e Dario, exaltados na Bíblia como benfeitores do povo hebreu pós-exílio babilônico. Hoje,
esta grandeza esta sendo atirada no lixo por uma ditadura apelidada como islamita,
que da essência do Islã talvez não tenha nada.
Já tenho feito cobertura de perseguições religiosas, como a praticada no
estado indiano de Orissa no ano de 2008. Não sou neófito nestas questões,
Inclusive, por ter me tornado crente no começo dos anos 70s. Mas fiquei
grandemente indignado ao traduzir o nome da última campanha de Perseguição de
Natal das autoridades iranianas da cidade de Rasht, onde vive o Pastor
Nardakhani.
Assim como na Índia, é costume das "pequenas"
autoridades iranianas aproveitarem a celebração do Natal para recrudescer e
incitar a covardia contra os cidadãos cristãos do Irã. Poucos de nós temos uma
visão realista sobre o que é ser um cristão no Irã. Se no meu tempo de moço, novo convertido, aqui
no Brasil, chovia pedra nos telhados das Igrejas pentecostais, pais (católicos) expulsavam de casa os filhos
que "passavam para a Lei dos crentes", empregados ameaçados de dispensa por não
comprarem cigarros para o patrão - que dirá, então, o que vem acontecendo no
Irã, um país que tem uma constituição laica, mas os costumes totalmente
enraizados no Islã?
Imaginem, qual foi o nome dado pelas
autoridades político-religiosas da cidade de Rasht, famosa pelos maus tratos e
prisões de cristãos - leia-se, Youcef Nadarkhani, da sua última campanha de
perseguição realizada no Natal (2012) Passado?
"Christmas Gift" -
Traduzindo: "Presente" de Natal.
No meu post anterior, há um parágrafo
em que uma congregação inteira da Igreja Assembleia de Deus da cidade de Ahwaz
foi presa, incluindo as crianças que estavam na Escola Dominical. Todos os
celulares foram apreendidos pela polícia. Telefones de contatos, senhas de
endereços de e-mail, senhas de sites de redes sociais - tudo foi inquirido e
confiscado. Na prisão, ficou o velho pastor de 60 anos que é dependente de
tratamento de hemodiálise. Visita familiar? eventualmente, no local onde, de
vez em quando, a polícia leva para tratar da saúde. O nome deste pastor, e de
dezenas, centenas de outros não tiveram a mesma sorte de ter seus nomes
conhecidos mundialmente.
Falta empenho de nossa parte nesta
questão. Parece que o caso Youcef
Nadarkhani enfastiou a blogosfera nacional e mundial. O caso foi tão
veiculado, que saturou a opinião pública. Ficamos satisfeitos, e as autoridades
iranianas, também
E enquanto nós cansamos, a perseguição
recrudesce no Irã. Desculpe a expressão, mas ela retrata fielmente a opinião do
fato: O pastor Nadarkhani foi uma espécie de "boi de piranha" ao
contrário. Enquanto a mídia mundial ficou concentrada apenas nele, mais acima
nas cadeias, um rebanho inteiro de pastores, congregações e crentes são
enxovalhados, esculhambados, humilhados, enforcados, presos, celulares e senhas
confiscados, líderes deixados para mofar e morrer nas cadeias, debaixo daquele
grande tapete persa.
As autoridades políticas e religiosas
do Irã estão morrendo de rir da nossa ignorância. Estão satisfeitos com o
desfecho do caso do Pastor Nardakhani, que diga-se de passagem, não foi deixado
em paz - está de novo na prisão (no começo de 2013) para cumprir o resto de
supostos 45 dias de prisão de uma sentença de três anos.
Os sites cristãos americanos Mohabat News e CSW há muito estão botando a boca no trombone.
O problema da informação sobre
perseguição nos nossos blogs cristãos é que cada um olha uma informação sem ver
a DATA data notícia. Eu vi a confusão que isto traz. Na primeira página da
busca do google havia notícias que davam conta da morte, da prisão e nada sobre
a libertação do Pastor Youcef. Páginas e páginas de desinformação. E, na verdade,
naqueles dias estava sendo liberto. De minha parte, sei que todo notícia deve
ser tratada com ceticismo, dúvida, até sua perfeita averiguação. Biblicamente,
com a mesma atitude dos cristãos bereanos, diante da pregação de Paulo.
De prático o que podemos fazer? Muita
coisa.
Sempre fui partidário do boicote, como
forma política de chamar a atenção de uma maneira mais abrangente. Incentivo a
todo leitor deste post que pesquisa nas várias fontes da internet e descubra
que produtos o Irã vendo no Brasil. Minha recomendação: boicote todos eles e
divulgue na internet seus nomes, sua procedência, exponha a público o
supermercado e a casa comercial que os venda!
Por exemplo: eu não como pistache, mas
descobri que este tipo de noz vêm do Irã. Quer uma lista dos produtos
exportados - aqui vai: produtos top exportados pelo Irã. Além de deixar de
comprar, se você é consumidor de algum destes produtos, abra a boca. Divulgue
na internet, conscientize e boicote.
Você pode criar uma marolinha, e ore
para que ela chegue ao tamanho de um tsunami que atinja de modo significativo
as exportações do Irã.
Outro exemplo: As autoridades
brasileiras devem importar petróleo do Irã. Elas não podem fazer este tipo de
boicote. Mas, nós podemos. Qual é a refinaria que processa o petróleo de lá?
Ele é distribuído pela Petrobrás? Abasteça em postos de outra bandeira! Mas
sobretudo, divulgue o que esteja fazendo, para que outros também se
conscientizem. Esta é a minha sugestão para contribuir e me solidarizar com os
pastores presos, que passaram o Natal longe de suas famílias. Enquanto eu e
você, meu querido, comíamos um belo peru ou pernil assado no Natal, aqueles
perseguidos estavam, talvez, passando fome de comida e de justiça! É importante
termos uma consciência mais sensível, não para piorar ou destruir o Irã, mas
para levar suas autoridades a torná-lo mais humano e mais tolerante, como,
graças a Deus, acontece no Brasil.
Para mim não basta descer a
"lenha" no Irã na internet, se na minha casa eu estiver financiando o
regime dos perseguidores, por comprar produtos de suas indústrias.
Como outra atitude, pessoalmente vou
escrever para alguns mandatários estrangeiros sugerindo este boicote. É pouco?
Pode ser, mas é uma atitude concreta.
É sim senhor. Em pleno terceiro
milênio, o Irã e a Índia, hoje, são de longe os maiores perseguidores de
cristãos do mundo. E todo Natal, enquanto nós comemoramos aqui com festa e
assados, nestes dois países, principalmente no Irã, cada tiranete municipal
abre a temporada natalina de caça aos cristãos. E a nível nacional. Isto é
muito útil, principalmente no ano que antecede as eleições nestes lugares. Quanto mais perseguição e mais crente na
cadeia, mais voto!
É possível agir. Divulgar.
Conscientizar. E boicotar.
Se nada for feito, o novo governo do
Egito, o atual governo do Iraque, o próximo mandatário da Síria, vão copiar de
forma análoga o expediente persecutório
do Irã. Por que? Porque as novas autoridades destes países têm forte influência
iraniana.
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