Após retirar a PL 122/2006 de votação para reexaminá-lo, a
Senadora Marta Suplicy, relatora do projeto, foi severamente criticada por
ativistas gays que não concordaram com as alterações feitas por ela.
Uma das críticas mais pesadas partiu do Deputado Federal Jean
Wyllys, que afirmou que as alterações de Marta Suplicy tornaram o projeto
inócuo, e que da forma como estava, a PL 122 “não atendia as necessidades da
comunidade gay”.
A senadora, ao saber das críticas, disparou contra Jean
Wyllys, afirmando em entrevista ao Portal Terra, que o deputado tinha “má fé”.
“Tive que ceder aos acertos. Os acertos criaram coisas que não existem. Hoje,
se você for discriminado no trabalho, vai reclamar para o bispo, porque não tem
para quem. Se você for chutado na rua e xingado numa fala homofóbica, você não
tem como dar queixa, porque não configura em nada e o projeto faz ser apenado.
Então, dizer que o projeto é inócuo é de uma má-fé extraordinária. Ele vai
acrescentar várias conquistas. Não é o 122 que eu queria, mas é o que é
possível”, defendeu-se Marta.
Ainda criticando o colega parlamentar, a senadora afirmou que
a postura de Jean Wyllys mostra que ele não tem outras propostas: “Toda a fala
dele é em relação ao casamento (entre pessoas do mesmo sexo). Com a união estável
aprovada pelo Supremo (STF), ele perdeu um pouco a fala e não consegue coletar
as assinaturas da PEC. Então, fica bombardeando o projeto da homofobia que
estou fazendo. Isso mostra uma imaturidade enorme, porque o projeto pode passar
na Comissão de Direitos Humanos (do Senado), na CCJ (Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania), no plenário e ir para a Câmara. Aí, ele pode ser o
relator e usar a grande competência dele para acrescentar tudo que o quiser”.