O ex-bispo e líder nacional
da Igreja Universal do Reino de Deus, Carlos Magno de Miranda, concedeu
entrevista recentemente contando detalhes de sua passagem pela denominação, a
quem se refere como “seita”.
Na entrevista concedida ao blogueiro Vini Silva, Miranda conta
detalhes de sua ascensão na IURD e bastidores da compra da TV Record, além das
alianças políticas e reuniões de liderança na igreja.
Carlos Magno de Miranda conta
que na época da compra da TV Record, que pertencia em partes iguais ao
apresentador Silvio Santos e à família Machado de Carvalho, ainda hoje
proprietária da rádio Jovem Pan, houve até dinheiro do cartel de drogas
colombiano envolvido, e que o negócio só pode ser concluído devido à pressão do
então recém-eleito presidente Fernando Collor de Melo.
-A Record foi comprada pelo
valor de 45 milhões de dólares, e a igreja assumia as dividas, sabendo que o patrimônio
tecnológico era zero. Tudo sucateado, o que implicava em ter que comprar tudo
novo. Foi dado um sinal de 15 milhões de dólares e o saldo restante deveria ser
pago em 10 parcelas mensais de 4,5 milhões de dólares. Entretanto, antes de
começar a pagar as parcelas, a IURD deveria em 90 dias apresentar fiança
bancaria de um banco de primeira linha, e o contrato dizia que se isso não
fosse cumprido a venda estaria desfeita, e pasmem os senhores, até o sinal de
15 milhões de dólares seria perdido – relata.
O ex-bispo conta ainda que a
cúpula da denominação nessa época era formada pelos bispos Honorilton
Gonçalves, Paulo Roberto Guimarães e Rodrigues (que mais tarde protagonizaria o
escândalo “sanguessuga”), além de Edir Macedo, e que a disputa por poder entre
os apoiadores do bispo era grande.