segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Plenitude do Tempo


A Plenitude do Tempo

Quando a aurora tornou o azul profundo da noite em pálida rosa sobre a cidade de Jerusalém, quando a cidade de Davi começou a se mexer naquele primeiro Pentecostes após a ressurreição de Cristo, quando os apóstolos do ascendido Jesus esfregavam os olhos tirando deles o sono e pensavam no seu encontro uns com os outros naquela manhã, quem poderia ter sabido que esse seria o dia quando as portas do céu foram escancaradas para todos os que criam no Cristo de Deus?

Durante séculos, Israel tinha esperado pela vinda de seu Messias, o Menino sobre cujos ombros o governo repousaria (Isaías 9:6). Essa Criança tinha vindo na pessoa de Jesus de Nazaré. E ainda que a maioria do povo não o reconhecesse, os verdadeiros discípulos creram. Entretanto, eles ficaram perplexos quanto ao governo soberano do Cristo. Quando começaria e que forma tomaria?

Desde o cativeiro na antiga Babilônia, Daniel tinha esperado esse grande dia que viria 500 anos depois. Interpretando um sonho para o poderoso Nabucodonosor, ele falou de uma terrível estátua, tendo uma cabeça de ouro fino, peito e braços, de prata, seu ventre e quadris, de bronze, com pernas de ferro, e pés de ferro misturado com argila (Daniel 2:32-33). Mais notável de tudo, era que no sonho do rei uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos a qual chocou-se nos pés da imagem, de forma que todo o ídolo desmoronou, foi todo moído e levado embora pelo vento, sem deixar nenhum sinal. Em seu lugar, a pedra cortada sem auxílio de mãos tornou-se uma grande montanha que encheu toda a terra (Daniel 2:34-35).
Após a narração desse sonho real, veio a explicação. Daniel identificou o próprio Nabucodonosor, como a cabeça de ouro da estátua. E cada parte da imagem representava outro grande reino a se levantar entre os homens, num total de quatro: os babilônios, os medo-persas, os gregos, e os romanos (Daniel 2:36-43). Mas nos dias deste quarto reino, o Império Romano, aquela pedra cortada sem auxílio de mãos, a Rocha Espiritual, o Messias, estabeleceria um reino que nunca seria destruído (Daniel 2:44-45). Seu governo soberano encheria toda a terra, transcendendo as fronteiras arbitrárias dos homens e as limitações do tempo.

No entanto, para Israel o mistério do governo messiânico estava longe de ser desvendado. A extensão do reinado romano impossibilitou determinar com precisão o momento do estabelecimento do reino de Deus. Mas Jeová tinha planejado sua obra redentora de modo a fazer convergir em Cristo, “na dispensação da plenitude do tempo, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra” (Efésios 1:10). E quando veio “a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4-5). Então, veio a “voz do que clama no deserto”, João Batista, declarando: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:1-3). E enquanto Jesus andava entre os homens, ele anunciava: “Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus” (Marcos 9:1). O tempo estava próximo; o cumprimento da promessa de Deus era iminente.

Então aconteceu o inimaginável. A oposição a Jesus pelos líderes judeus - aqueles que deveriam tê-lo proclamado como rei - atingiu proporções assassinas. O Filho de Deus, divindade manifestada em carne, foi preso e executado como um criminoso comum. Como poderia aquele que acalmou tempestades, andou sobre as águas e milagrosamente alimentou milhares ser alcançado pelos inimigos tão facilmente? Quando Jesus morreu na cruz, morreram também as expectativas de muitos discípulos esperançosos. Mas Jesus, fiel a sua própria palavra, foi ressuscitado no terceiro dia! E certamente agora o Rei ascenderia ao seu trono como conquistador da vida e da morte (Atos 1:6)! Mas ele não o fez. Em vez disso, instruiu seus apóstolos a esperarem em Jerusalém, pois “recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” (Atos 1:8).

A plenitude do tempo tinha chegado: o tempo quando Deus, em sua presciência e providência, já tinha visto o cumprimento de seu propósito eterno em Cristo. Todas as peças do quebra-cabeça estavam no lugar. Jesus tinha sido oferecido pelos pecados do mundo. Tomado pelas nuvens, ele tinha subido para sentar-se à direita do Pai. Apenas uma coisa estava faltando: a revelação do grande plano de Deus aos homens ignorantes. Mas enquanto o dia de Pentecostes amanheceu em inocência completa, tudo isso estava para mudar.

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