Ap 1.19,20 “Escreve as coisas
que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer: O
mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de
ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que
viste, são as sete igrejas.”
A mensagem de Cristo a sete
igrejas locais existentes no oeste da Ásia Menor (ver 1.4 nota) é também para
instrução, advertência e edificação dos crenxtes e igrejas da presente era (cf.
2.7,11,17,19; 3.6,13,22). O valor dessas mensagens para as igrejas de hoje
vê-se nos pontos a seguir: (1) é uma revelação do que Jesus ama e
anela ver nas igrejas locais, mas também aquilo que Ele repele e condena; (2)uma
declaração clara da parte de Cristo, no tocante (a) às conseqüências
da desobediência e descuido espiritual, e (b) a recompensa da
vigilância espiritual e fidelidade a Cristo; (3) um padrão pelo qual
toda igreja ou indivíduo pode julgar sua verdadeira condição espiritual diante
de Deus; e (4) um exemplo dos métodos de Satanás para atacar a igreja
ou o cristão individualmente (ver também Jz 3.7 nota). Este estudo aborda cada
um desses aspectos sob a forma de perguntas e respostas.
(1) O que é que Cristo
aprova? Cristo aprova a igreja que não tolera o ímpio no seu meio, como parte
dela (2.3); que averigua a vida, doutrina e declarações dos líderes cristãos
(2.2); que persevera na fé, no amor, no testemunho, no serviço e no sofrimento
da causa de Cristo (2.3, 10, 13, 19, 26); que abomina aquilo que Deus abomina
(2.6); que vence o pecado, Satanás e o mundo (2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21);
que não aceita conformar-se com a imoralidade do mundo nem com o mundanismo na
igreja (2.24; 3.4); e que guarda a Palavra de Deus (3.8, 10).
(2) Como Cristo
recompensa as igrejas que perseveram e permanecem leais a Ele e à sua Palavra?
Ele recompensa tais igrejas (a) livrando-as do período da tribulação que virá
sobre o mundo inteiro (3.10), (b) concedendo-lhes seu amor, presença e estreita
comunhão (3.4, 21), e (c) abençoando-as com a vida eterna (2.10b).
(3) O que é que Cristo
reprova? Cristo reprova a igreja que diminui sua profunda devoção pessoal a
Deus (2.4); que se desvia da fé bíblica; que tolera dirigentes, mestres ou
leigos imorais (2.14,15, 20); que se torna espiritualmente morta (3.1) ou morna
(3.15,16); e que substitui a verdadeira espiritualidade, i.e., a pureza, a
retidão e a sabedoria espiritual (3.18) por sucesso e recursos materiais (3.17).
(4) Como Cristo castiga
as igrejas (cf. 3.19) que entram em declínio espiritual e que toleram a
imoralidade no seu meio? Ele as castiga mediante (a) a não renovação do seu
lugar no reino de Deus (2.5; 3.16), (b) a perda da presença de Deus, do poder
genuíno do Espírito Santo, da verdadeira mensagem bíblica de salvação e da
proteção dos seus membros contra a destruição por Satanás (2.5,16; 3.15-19; ver
Mt 13, notas a respeito do bem e do mal dentro do reino dos céus durante esta
era) e (c) seus líderes postos sob juízo divino (2.20-23).
(5) O que a mensagem de
Cristo revela concernente à tendência natural das igrejas à estagnação
espiritual, declínio e apostasia? (a) As sete cartas sugerem que a tendência
das igrejas é acomodar-se no erro, aceitar falsos ensinos e adaptar-se aos
princípios anticristãos prevalecentes no mundo (ver Gl 5.17 nota). (b) Além
disso, observa-se que freqüentemente homens e mulheres apóstatas, vis e infiéis
estragam as igrejas (2.2,14,15,20). Por essa razão, o progresso espiritual de
uma igreja nunca deve ser evocado como prova de que ela está dentro da vontade
de Deus, nem para se afirmar que anda na verdade e na doutrina do Senhor. O
evangelho, i.e., a mensagem original de Cristo e dos apóstolos, é a autoridade
suprema para avaliar o certo ou o errado nesse campo.
(6) Como podem as
igrejas evitar a decadência espiritual e o conseqüente julgamento por Cristo?
Estas cartas revelam várias maneiras. (a) Primeira e mais importante:
todas as igrejas devem estar dispostas a “ouvir o que o Espírito diz às
igrejas” (2.7). A Palavra de Jesus Cristo sempre deve ser o guia da igreja
(1.1-3, 11), pois esta Palavra, conforme revelada aos apóstolos do NT mediante
o Espírito Santo, é o padrão segundo o qual as igrejas devem verificar suas
crenças e atividades e renovar a sua vida espiritual (2.7, 11, 17, 29; 3.6,13,
22). (b) As igrejas devem continuamente examinar seu estado
espiritual diante de Deus e, se for o caso, corrigir seu erro de tolerância ao
mundanismo e imoralidade entre os crentes (2.4, 14, 15, 20; 3.1,2,14-18). (c) A
frieza espiritual poderá ser extinguida em qualquer igreja ou grupo de crentes,
quando houver arrependimento sincero do pecado e um retorno decidido ao
primeiro amor, à verdade, pureza e poder da revelação bíblica de Jesus Cristo
(2.5-7,16,17; 3.1-3,15-22).
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