Leitura
Bíblica: João 1.4 e João 5.26
Esta
palavra que lemos revela que o Pai tinha dado a Jesus tanto a vida em Si
próprio como a capacidade de dar esta vida a quem Ele quisesse.
Estas
declarações nos levam de volta a eternidade passada e relacionam-se com a
redenção, mas a questão da doação da vida não começa aqui. De maneira
figurativa, antes mesmo que houvesse qualquer queda, o plano de Deus era a vida
eterna.
A
queda do homem isolou o homem da árvore da vida. Ele foi cortado nesta
base: “ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da
vida, e coma e viva eternamente” Gn 3.22.
A
vida eterna estava lá desde o início no pensamento de Deus, mas esta vida era
para certo tipo de homem. Na queda Adão cessou de ser o tipo de homem no
qual a vida eterna podia residir. Não é que ele tinha cometido um erro e por
isso devia ser perdoado, mas ele tornou-se um homem totalmente diferente.
Deus
o expulsou do jardim, que é o símbolo de Sua presença, e colocou uma espada
flamejante e um querubim no portão, que significava: Teu tipo nunca mais pode
voltar a minha presença.
O
homem na queda tornou-se uma criatura totalmente diferente, e a vida eterna não
podia habitar nele.
A
vida eterna, depois da queda, foi mantida no Filho.
No
final da Escritura, no fim do livro de Apocalipse, a árvore da vida é vista
novamente.
Cristo
é a árvore da vida, Ele veio nestes últimos dias na forma humana, como o último
Adão, um tipo de homem no qual a vida eterna pode habitar. Esta é uma verdade
que deve governar nossa pregação.
“Se
alguém está em Cristo, é uma nova criação” 2 Co 5.17 (TB).
É
somente nesta nova criatura onde a vida eterna reside.
Cristo
é o primogênito de uma nova raça e também o primogênito de muitos irmãos.
Através da união com Cristo pela redenção, a vida que está em Jesus, a vida
eterna é depositada no crente.
Esta
vida não vem separada de Cristo. Você não pode ter esta vida sem Cristo.
O
apóstolo Paulo nos diz que esta vida está no Filho (Cl 3.3-4). Então, assim
como temos o Filho temos a vida. Em 1 Jo 5.12 temos: “Quem tem o Filho tem
a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida”.
A
redenção está relacionada com o propósito eterno.
A
palavra redenção significa trazer de volta, adquirir de novo. A que somos
levados de volta, e a que lugar? Algo desde o início do tempo foi perdido.
Perdeu sua posição original. E este algo tem que ser restaurado.
Antes
da queda, antes da criação, já havia este propósito eterno, e este propósito
era a intenção de Deus em demonstrar a Si próprio universalmente através do
homem. Então, através do Filho, Deus criou todas as coisas: “tudo foi
criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16b).
Deus
expressava-se através de todas as coisas criadas nos termos de seu “Filho”. Por
esta razão Deus disse que tudo que Ele fez era bom.
A
única coisa que Ele declarou ser boa no Novo Testamento foi Seu Filho: “Este
é o meu Filho amado…” (Mr 9.7). Em relação a isto, de acordo com Ef 1.5
estamos predestinados à adoção!
Uma
cuidadosa leitura da Palavra de Deus mostrará Adão na condição mais de um
infante, do que de um filho. Um infante sob prova e teste.
Adão
falhou no teste e nunca chegou a maturidade. Deus nunca planejou a queda. Se
fosse assim, Deus seria o responsável pelo pecado. Na queda, Adão desalojou-se
do lugar que Deus planejou.
Estamos
familiarizados com o ensino do Novo Testamento concernente a um infante e um
filho. Adão estava na infância do plano e da intenção de Deus. Através dele o
universo deveria ser cheio do conhecimento de Deus.
Se
Adão não tivesse caído, o propósito eterno ainda estaria se cumprindo, porque
está eternamente investido no Filho.
Sendo
que o homem estava incluído no plano, Adão estava incluído. Ele fracassou e com
ele a toda raça humana fracassou. Paulo nos diz que em Adão todos morreram.
Com
a queda, era necessário um plano redentor para colocar o homem de volta na
linha reta do propósito de Deus. Através das eras o plano de Deus, sempre foi
uma linha reta. A queda nunca esteve no plano de Deus.
A
redenção foi trazida como uma ponte sobre o abismo criado na queda, para que
pela redenção o homem pudesse ser colocado de volta na autoestrada da
conformidade a Cristo.
A
redenção, que foi executada pelo Filho de Deus tornou-se dolorosamente necessária.
Redenção fala do sofrimento divino. Algo estava perdido e precisava ser
redimido.
A
Parábola do Tesouro Perdido
Somente
podemos conhecer a Cristo como salvador da vida, e em termos de redenção como o
redentor:
“Porque
o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
Em
nossa pregação, pintamos um quadro da ovelha perdida ou indivíduos perdidos.
Embora isto seja verdade, temos que ser muito mais abrangentes para interpretar
a escritura. Deus havia perdido algo, e o Filho do homem veio para recuperar
isto.
O
Deus tinha perdido? Em Mt 13.44 temos:
“Também
o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem
achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra
aquele campo”.
O
que é este tesouro? O que é o campo? O campo é o mundo e o tesouro é a igreja.
Ainda
que a igreja nasceu literalmente no dia de Pentecostes, ela sempre esteve na
presciência de Deus. A igreja sempre esteve no pensamento de Deus. E este
propósito de Deus perdeu-se na queda.
Jesus
pagou os direitos de herança por toda a criação para que pudesse ter a igreja
que estava naquela criação. Cristo adquiriu, pela redenção, direitos universais
para assegurar este tesouro: a igreja.
O
que é a igreja? A igreja é aquele “novo homem”, a plenitude da medida da
estatura de Cristo, a expressão de Cristo em forma coletiva, a herança de Deus
nos santos.
A
igreja não é única, mas é central na redenção.
A
igreja é tão preciosa para Cristo, que fez com que Ele estivesse disposto a
pagar o preço por todo universo para tê-la. Paulo nos diz que Cristo amou tanto
a igreja que estava disposto a Se entregar por ela.
O
amor de Cristo pela igreja é uma das coisas mais belas da escritura. A igreja é
o ponto central da redenção, porque a igreja é aquilo que está indo em direção
à perfeita imagem de Cristo.
Este
corpo de muitos membros, do qual eu e você fazemos parte, está destinado a
chegar à perfeita imagem de Cristo e preencher todas as coisas. Chegará o dia
em que este universo será cheio de Cristo e tudo mais estará no inferno, tudo
mais será secundário.
Haverá
um reflexo de Cristo através da igreja. Sua luz cairá sobre tudo mais. As
nações andarão a luz da igreja.
Na
edificação da igreja o mandamento ainda é: “Faça tudo conforme o modelo” (Ex
25.9). Estamos representando a Cristo. A igreja é Cristo.
Quando
permitimos que a carne, nossas adições ou nossos programas tenham a
preeminência, amaldiçoamos a única coisa que Deus usará para abençoar. Trazemos
reprovação ao invés da benção de Deus, quando permitimos que a carne em
qualquer forma opere na igreja, seja como porteiro nos corredores, um cantor do
coral ou um professor na Escola Dominical. Damos ao diabo direito naquilo que
Cristo comprou com Seu próprio sangue, e o diabo recebe isto como adoração.
A
vontade de Deus é que haja um lugar onde a adoração e a glória sejam revelados
neste universo. Deus encontrou este lugar em Jesus Cristo. Jesus assegurou isto
em Si mesmo.
Depois
de Sua ressurreição Jesus apresentou-se ao Pai com todos os direitos de Deus em
Si mesmo. Agora Ele irá reproduzir tudo aquilo que Ele é, no caráter da igreja
através do crente. Tudo mais neste universo receberá seu caráter daquilo que
Ele é na igreja. A igreja estará no centro. Ap 21.24 no diz: “As nações
caminharão à sua luz…” (TB).
VII. “O reino dos céus é
semelhante…” Mt 13.44
Isto
simplesmente significa que todo sistema celestial está focado sobre a igreja.
Esta história não tem significado fora da igreja. Por quê? Porque a
igreja é o homem celestial em Cristo.
O
Senhor Jesus em pessoa, como homem celestial encontra todo universo interessado
nEle e na igreja.
No
nascimento de Jesus, tanto o céu como o inferno estavam em atividade. Anjos
cantavam e Herodes assassinava. Em Sua morte o sol escondeu sua face, a terra
tremeu e trevas cobriram a terra.
Por
esta causa o reino dos céus relaciona-se com este tesouro escondido no campo.
Nesta luz podemos ver a redenção como sendo muito mais do que meramente ser
salvo e ir para o céu.
VIII. O princípio vital na
redenção tem que ser implantado.
A
redenção não é algo objetivo, ou apenas algo que é feito por nós. Ela é isto,
mais é ainda mais. A redenção abraça o princípio vital que tem que ser
implantado no crente. Este princípio vital é a vida eterna. A redenção em si e
por si só, nos leva de volta onde Deus pode fazer em nós aquilo que foi
impossível fazer com o primeiro Adão; e isto é, nos dar a vida eterna.
Quando
nos chegamos a redenção, todas as eras do mundo são aniquiladas em uma questão
de tempo e nos encontramos como seres eternos, ligados ao Deus infinito.
IX. A redenção é
progressiva no crente pelo princípio de vida.
Em
Cristo a redenção é perfeita.
Quando
o princípio vital da redenção, que é a vida eterna, nos é introduzido pela fé,
àquilo que é perfeito em Cristo torna-se progressivo em nós.
Esta
vida eterna está progressivamente substituindo a velha vida.
X. A dupla lei da vida.
Esta
vida redentora opera de duas maneiras:
Esta
vida opera retirando nossa vida natural como base de nosso relacionamento com
Deus.
Muitos
cristãos fazem de sua própria vida natural, suas energias, seus recurso,
entusiasmo e todo este tipo de coisa, como a base para seu relacionamento com o
Senhor, tanto em vida como em serviço.
Isto
é uma marca de imaturidade e na análise final levará a morte.
Todo
tempo nesta vida temos que aprender o que é de nós mesmos e o que é de Deus.
Enquanto crescemos e exercitamos estes sentidos espirituais pela fé, recebemos
uma maior compreensão e apreensão daquilo que é de Deus e daquilo que não é de
Deus.
Leia
Hb. 5.14.Não é preciso discernimento espiritual para discernir que é errado o
adultério, a embriaguez, amaldiçoar ou mentir. Não é disto que Hebreus está
falando. Ser capaz de discernir, entre o bem e o mal é a habilidade de
discernir entre o que é de Deus e o que não é de Deus. Esta é a primeira lei da
vida eterna.
Depois
de cortar com a velha vida, então começamos mesmo no sentido físico a viver
segundo o novo.
Esta
vida está nos redimindo a todo tempo. Estamos salvos, mas estamos sendo salvos.
A
plena redenção será demonstrada quando Cristo aparecer, e vendo a Ele seremos
como Ele.
XI. Esta lei de vida e
poder é progressiva.
Cada
vez que o Espírito Santo tratar com teu coração, cada toque, cada visitação
traz poder e a possibilidade de você avançar. E isto é algo verdadeiro sempre,
desde o momento de tua convicção até despertamos em Sua semelhança.
Quando
pela primeira vez Ele vem. Ele vem com convicção, para nos convencer que somos
pecadores. Ele não vem para nos amaldiçoar nem para nos condenar, mas ele vem
para nos convencer que estamos perdidos. E então, Ele trás o sangue.
Com
a convicção Ele trás o poder para o arrependimento (Jo 6.44a). Você não precisa
se arrepender, pode continuar a ser um perdido, mas o poder para arrepender-se
vem com a convicção. Com a convicção vem o poder para crer.
“Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” Ef
2.8.
Veja
que não é uma questão de fé. Este não é o teu problema. Se você fizer o
trabalho apropriado do arrependimento, a graça da fé virá. Se você então,
exercitar o poder de crer. Então, virá o poder explosivo da nova criatura.
Esta
é a progressão da vida eterna operando naquele que crê ao ponto de agir. Com a
nova criatura vem a possibilidade de ser cheio do Espírito Santo: “Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo…” At 1.8
O
pode do Espírito Santo está em nossa habilidade de sermos guiados por Ele.
Enquanto o Espírito Santo nos guia, o caminho sempre será para cima em direção
a imagem de Jesus Cristo. Leia 1 Jo 3.2
David
disse:
“…seja
eu, quando acordar, satisfeito com a tua semelhança.” Sl 17.15b (TB)
Paulo
Escreveu:
“Mas
todos nós, com rosto sem véu, contemplando como em espelho a glória do Senhor,
somos transformados na mesma imagem, de glória em glória, como pelo Senhor, o
Espírito”. 2 Co 3.18 (TB)
A
ênfase aqui está no verbo contemplar. É imperativo que contemplemos a pessoa de
Cristo, porque assim como nós o contemplamos espiritualmente, somos
transformados em Sua imagem de glória em glória.
Não
lutamos para ser como Ele. Esta vida, se permitirmos que ela opere,
progressivamente nos transforma em Sua imagem.
Que
Deus faça disto uma revelação em nós.
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