Introdução
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Muitas pessoas buscam saciar sua fome espiritual na igreja, mas não encontram
nela o Pão da Vida. Encontram muito do homem, pouco de Deus. Muito ritual,
pouco pão espiritual. Muito da terra, pouco do céu.Estamos substituindo o Pão
do céu por outro alimento.
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Os pregadores (alguns) pregam para agradar, e não para desafiar. Dão palha em
vez de trigo ao povo – Jr 23.28.
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Estão pregando saúde e prosperidade, e não sobre a cruz de Cristo. Pregam-se os
direitos dos homens, não a soberania de Deus.
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Prega-se sobre libertação e não sobre arrependimento e conversão.
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Prega-se um outro evangelho e não o evangelho da graça.
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Neste sentido o que vemos hoje é uma Igreja Católica querendo ser evangélica.
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Uma igreja protestante sem protestos.
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Uma igreja que se diz reformada, carente de uma urgente reforma. Umas igrejas
evangélicas, distanciadas do verdadeiro Evangelho.
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Uma igreja carismática, com muito carisma e pouco caráter.
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A igreja gloriosa precisa de santos nos púlpitos e nos bancos. Não de santos
beatificados e canonizados depois de mortos, mas de santos vivos, audíveis,
visíveis, palpáveis, nos seminários, nas ruas, nas faculdades, no trabalho, na
família – exalando o aroma de Cristo! Aleluia!
Afinal,
você deve estar se perguntado:
“O que está acontecendo com esta igreja gloriosa que Paulo falou em Efésios 5.27?
“O que está acontecendo com esta igreja gloriosa que Paulo falou em Efésios 5.27?
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A graça transformada em libertinagem.
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É Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, põe a boca no trombone. Leia o
versículo 4.Estão torcendo a mensagem da graça de Deus a fim de arranjarem uma
desculpa para sua vida imoral.
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E o pior disso é que isto está acontecendo dentro de muitas igrejas. Leia o
versículo 12.
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Estes intrusos estão adulterando a graça de Deus.
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Há uma distância enorme entre a graça de Deus e a libertinagem.
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Graça é a manifestação maior da misericórdia, da compaixão da paciência de
Deus.
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Graça é o próprio Deus agindo graciosamente para conosco. Enquanto a
libertinagem é totalmente oposta a isso.
I.
O culto transformado em show.
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Não é apenas a mídia que está usando a palavra show para se referir a alguns
cultos. Nós mesmos usamos esse termo em nosso meio.
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Ora, as palavras show e culto não combinam.
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O dicionário Aurélio define show como espetáculo de teatro, rádio, TV, com grande
montagem – que se destina a diversão – atuação de vários artistas de larga
popularidade.
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Culto: adoração/ homenagem à divindade em qualquer forma (religião).
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A igreja existe não para oferecer entretenimento, melhora de auto-estima, mas
sim para adorar a Deus. Se falharmos nisso, a igreja fracassa.
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Perceba o paradoxo: Convide os jovens de nossas igrejas a um show de música
gospel e depois os convide a um congresso de Missões. Veja a diferença de
comparecimento em cada lugar.
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O tempo destinado à exposição da Palavra em nossas igrejas, está cada vez
menor. Há uma cantoria tremenda! Assim como há pão light, geléia light, comidas
light, temos hoje também os cultos lights: leve, ligeiro, alegre e jocoso!
II.
Dízimos transformados em dividendos.
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A ideia que o dízimo/oferta abrem as comportas do céu, e deixam derramar tanta
prosperidade que você não terá onde guardar está tão generalizada que parece
não haver saída para este câncer que se instalou na mente dos evangélicos.
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Há pessoas que dão tudo o que tem na esperança de melhorarem sua vida, de serem
bem-sucedidos em seus negócios. Foi, é esta malfadada teologia da prosperidade
que criou esta mentalidade mercantilista do dízimo.
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Escutem amados: Precisamos mais da prosperidade da Teologia, do que a teologia
da prosperidade!
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Dão não como a viúva que ofertou 2 leptos, pequenas moedas de cobre quase sem
valor – uma oferta altruísta, sacrificial.
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Mas dão para escaparem da falência, de uma doença terminal, de uma separação
conjugal.
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Esta capacidade maligna de transformar a arte de dar em receber está profanando
e tornando antipática a palavra dízimo, de origem santa. Isto é totalmente
contra o princípio de Jesus ensinou conforme Atos 20.35.
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O dízimo transformado em dividendos(parte dos lucros líquidos que cabe ao
acionista de uma empresa mercantil) inverte os papéis e supervaloriza a obra,
em detrimento da graça.Desse modo, Deus assume o papel de devedor e o homem
assume o de credor.
III.
Milagres transformados em marketing.
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Não há quem precise e não busque a face de Deus para obter livramento frente as
difíceis situações da vida: enfermidades, desemprego, morte etc.
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Devemos buscar a Deus nesses momentos, isso é correto. Agora o que acontece:
nós tentamos enquadrar nossas necessidades na lei do mercado. Se há procura,
deve haver oferta. Se há problemas difíceis demais, triste demais, complexo
demais, então, devem-se ter milagres também.
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Então, monta-se uma banca, ou um estande de milagres. O nome de Deus é usado
inescrupulosamente.
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Os milagres não são feitos ao pé do ouvido(como Jesus) sem alarde, sem tocar
trombeta:mas de forma sensacional; quanto mais público for, melhor será.
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Se a igreja não fazia milagres, agora ela tem que fazer, pois caso o contrário
perderá seus fiéis e pára de crescer, como a outra está crescendo.
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Novamente a uma inversão de valores aqui: quando Jesus, o Messias curava,
sempre procurava esconder das multidões os prodígios que ele operava. Ele
dizia: não conte a ninguém. Então há aqui, uma inversão bíblica, pois enquanto
Jesus disse: “Estes sinais acompanharão os que crêem”.
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Hoje estamos dizendo: os que crêem seguiram estes sinais.
IV.
A força moral transformada em força numérica.
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A famosa declaração de Jesus em Mt 5.13 de que somos o “sal da terra” mostra o
valor da força moral, e não o da força numérica. Por causa da ênfase demasiada
nos números, transformamos a conversão em adesão, que são acontecimentos
totalmente diferentes, quando se trata da salvação e da vida eterna.
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Jesus, o Pão da Vida, nunca se empolgou com as multidões que o seguiam! Na
verdade ele discernia os corações, e sabia que muitos estavam ali, não por seu
ensino e doutrina, mas sim pelos milagres que ele realizava.
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Você nunca verá um pregador em uma tribuna dizer: Amados, preguei num Congresso
que tinha 20 pessoas. Não! Nunca! Como se Deus estivesse apenas nos grandes
ajuntamentos.
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Quando as multidões quiseram fazer dele um rei, ele se afastou e foi para o
monte ( Jo 6.15).
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Que contraste de nossos pregadores. Que amam mais a glória dos homens do que a
glória de Deus!
Que
o Eterno tenha misericórdia de nós, pois queremos ser a igreja gloriosa, sem
mácula e irrepreensível. Amém!
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