Durante uma semana, pastor
experimentou o que ser um “sem teto”
O pastor Thomas Keinath, da
megaigreja Calvary Temple, localizada em Wayne, New Jersey, abandonou o púlpito
de sua congregação, que reúne mais de 2000 pessoas a cada domingo. A Calvary
fica em um bairro rico da cidade e o pastor surpreendeu a todos quando anunciou
que passaria a morar nas ruas como um “sem teto”.
Podendo escolher entre tirar
uns dias pra ficar com a família ou participar de alguma conferência
eclesiástica, ele passou uma semana de suas férias vivendo entre os sem-teto e
mendigos de Paterson, cidade vizinha de Wayne.
Durante o dia, ele podia ser
visto vagando pela cidade, parecendo apenas mais um homem sem ter para onde ir.
À noite, ele se juntava a outros moradores das ruas, fazendo fogo em tonéis
para manter-se aquecido enquanto as temperaturas caíam drasticamente. Várias
noites ele dormiu rodeado de lixo sob o viaduto de uma estrada interestadual.
Ele passou a escrever “mini-biografias”, das cerca de 50 pessoas que conheceu,
para poder lembrar-se delas e de suas histórias de vida.
Por que ele fez tudo isso?
Para o pastor, a explicação é simples: “Eu precisava entender o que eles
estavam passando, eu precisava sentir a sua dor. Como eu poderia levar ajuda ou
cura para as ruas se eu não sabia quais são as necessidades dessas pessoas?”
O pastor Keinath passou sete
dias e sete noites nas ruas e agora sabe como essas pessoas pensam e a opinião
que elas têm sobre as igrejas. Durante essa “semana de férias” em que viveu
na rua, teve a oportunidade de pregar e orar pelas pessoas. Ele calcula
que chegou a ter cerca de 75 ouvintes nas reuniões feitas na rua. “Não havia
uma pessoa sequer , seja sem teto ou toxicodependente, que abertamente
rejeitou a esperança que eu estava tentando oferecer”, disse.
Por isso, o pastor pretende
mobilizar sua igreja e as outras da cidade a não olhar mais para os sem teto
com uma atitude do tipo “tome um pouco de dinheiro ou comida e não me perturbe
mais”. Thomas Keinath organizou em janeiro uma vigília de oração com
outros pastores no parque Barbour Park, em Paterson. O tema foi
“reconstruindo os muros e restaurando nossas ruas.”
“As pessoas têm de saber que
vocês [cristãos] realmente se preocupam com elas. Isso é parte do que somos
como crentes no Senhor. Minha identificação com eles derrubou muitas
barreiras”, disse Keinath, que já pregou em 21 nações e entende esse como seu
maior desafio.
Desde que voltou ao púlpito
da Calvary, as vans da igreja estão buscando e levando os sem-teto que desejam
participar dos cultos de domingos. Mas isso é apenas o começo do que o pastor
está chamando de “solução a longo prazo”, que inclui a construção de um centro
patrocinado pela igreja que pretende “abrigar os sem-teto ao mesmo tempo
ajudá-los a recuperar-se, inclusive dos vícios em álcool ou drogas”.
Segundo Keinath, que afirma
ter apoio total dos membros, a Calvary está seguindo o exemplo dado pelos
cristãos de Cesaréia. No início do quarto século, a cidade foi atingida por uma
praga. Enquanto todo mundo estava fugindo da cidade, os cristãos ficaram para
cuidar dos doentes e moribundos.
Na ocasião, o historiador da
igreja Eusébio escreveu: “Durante todo o dia, alguns cristãos cuidam dos
moribundos e enterram os mortos. Há um número incontável de pessoas pelas ruas
que não tem quem cuide delas. Enquanto isso, outros cristãos se encarregaram de
alimentar os famintos”.
“Eu sinto”, explica o pastor,
“como se Deus estivesse dizendo: Voltem para suas raízes. Volte para onde as
pessoas estão sofrendo hoje”.
Traduzido e adaptado de
Breakpoint e Calvary Temple Wayne
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