Casos de abuso vem sendo
discutidos em todo o mundo pela Igreja Católica.
Um alto funcionário do
Vaticano, que trata de casos de abuso sexual de menores feitos pelo clero
afirma que a Igreja Católica não pdoe optar pelo mesmo “código de silêncio” da
máfia.
O Monsenhor Charles Scicluna
falou sobre isso durante seu discurso em um simpósio em Roma sobre a crise de
abuso sexual que atingiu a Igreja Católica.
“O ensinamento… de que a
verdade está na base da justiça explica por que uma cultura fatal de silêncio,
ou omertá, é em si mesma errada e injusta”, disse o monsenhor durante o
simpósio que reuniu diversos líderes religiosos e psicólogos, além de vítimas
de abuso. Denominado “Rumo à cura e renovação”, o simpósio ocorre entre 6 e 9
de fevereiro, na Universidade Jesuíta Gregoriana, em Roma.
“Outros inimigos da verdade
são a negação deliberada de fatos conhecidos e o temor inapropriado de que o
bom nome da instituição deveria de alguma fora desfrutar de prioridade absoluta
em detrimento da revelação”, completou o monsenhor.
No encontro estão reunidos
representantes de 110 conferências de bispos nacionais, chefes das 30 ordens
religiosas e oficiais da maioria dos departamentos do Vaticano. Entre os
assuntos discutidos estão a responsabilidade de um bispo em proteger as
crianças e os efeitos psicológicos do abuso.
Grupos que representam as
vítimas de abuso afirmama que a Igreja deve fazer muito mais que apenas
confessar os erros do passado, e que ao invés se simplesmente trocá-los de
paróquia, os acusados deveriam serem expulsos da Igreja ou entregues às
autoridades.
O padre Edênio Valle,
psicólogo e conselheiro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que
fornece orientação a padres, acredita que no Brasil, os líderes católicos não
“têm ideia” do que fazer em relação aos abusos sexuais cometidos pelos
sacerdotes.
Ele acrescenta ainda que a
pedofilia é “mais tolerada culturalmente” no Brasil que em outros países
ocidentais. “Não há ideia do que poderia ou deveria ser feito. Medidas e
procedimentos efetivos por parte da Igreja no curto, médio e longo prazo, até
onde eu sei, não estão sendo planejados e os problemas secretos não são
debatidos seriamente”, acrescentou ele durante entrevista.
Valle acredita que existe boa
vontade na Igreja brasileira para apresentar “respostas urgentes e
competentes”, mas isso é muito difícil no país. ”Esta moderação relativa
em relação aos escândalos dos padres católicos é devido ao fato de que a pedofilia
e a efebofilia são comportamentos culturalmente mais tolerados no Brasil do que
na Europa ou na América do Norte”, explica.
Com informações Diário de
Pernambuco e Reuters
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