Depois
de a Prefeitura de São Gonçalo demolir a casa onde foi criada a umbanda, os
militantes da religião lutam agora para construir no local, considerado um solo
sagrado, o Museu da Umbanda. Em apoio à causa, o vereador Amarildo Aguiar (PV),
que é evangélico, prometeu doar um carro avaliado em R$ 85 mil para levantar
fundos para a instituição.
Aguiar
é membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) da Câmara dos
Vereadores de São Gonçalo. O anúncio foi feito durante uma audiência pública,
que também contou com a participação de lideranças umbandistas e muitos fieis
da religião.
O vereador Amarildo Aguiar
(à direita) prometeu doar seu próprio carro para ajudar umbandistas.
“Se a Prefeitura de São
Gonçalo não resolver o problema do Museu da Umbanda, quero, diante de todos,
colocar meu carro quitado no valor de R$ 85 mil para ajudar a construir o
espaço, que para os brasileiros é muito importante”, garantiu.
A comissão tenta marcar um
encontro com a prefeita Aparecida Panisset, que é evangélica. A governante é
acusada de perseguição religiosa pelos umbandistas, que tentam conseguir o tombamento
da área onde Zélio Fernandino de Moraes fundou a religião:
“Estamos aqui em nome da
Comissão. Desde que toda esta história começou, buscamos o diálogo, pois não
demonizamos e nem excluímos qualquer pessoa. Mas não podemos obrigar a prefeita
a nos receber. Estamos nesta audiência pública porque, por algum motivo, o
vereador Amarildo sentiu-se sensível à causa. Em nome da Comissão, quero, desde
já, agradecer e ratificar que não haverá desistência em relação ao tombamento
do lugar onde a Umbanda nasceu”, afirmou o babalawo Ivanir dos Santos,
interlocutor da comissão.
O babalawo ainda destacou o
fato de o vereador e a prefeita serem membros da mesma religião, mas agirem de
forma completamente diferente sobre a questão.
“Proponho que se faça uma
rifa a fim de mobilizar todos. É importante que se faça, também, uma comissão
com pessoas responsáveis para convencer o proprietário do local a desapropriar
o imóvel. O ato de doação deste carro é muito mais simbólico que material. O
vereador segue a mesma religião da prefeita. No entanto, ele nos recebeu desde
o início, preocupou-se com o caso e marcou esta audiência hoje. Isso mostra que
quem quer faz. Por que ela não fez?”.
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