A ESTRUTURA DO SER HUMANO
O homem é um organismo psicofísico de corpo e alma, em
perfeita unidade e complementaridade.
Alma e corpo se apresentam como duas substâncias
independentes, porém, formando uma unidade. A alma é imortal ao passo que o
corpo é corruptível, embora destinado à ressurreição. Entre corpo e alma existe
uma dualidade perfeita, ao contrário do dualismo maniqueísta que coloca o corpo
como cárcere da alma.
A visão perfeita da estrutura do ser humano nos apresenta
são Tomás de Aquino. Ele diz que a alma é a forma do corpo, podendo subsistir
sem a matéria corporal, pois mantém sua operação intelectiva aprendida mediante
a operação sensorial.
SOBRE A ESPIRITUALIDADE E IMORTALIDADE DA ALMA
Os documentos do Magistério da Igreja afirmam que a alma é
espiritual, fazendo da espiritualidade a fundamentação racional para a
afirmação da imortalidade. Se a alma é espiritual, não pode ser corrompida,
pois sendo espírito dotado de existência própria e independente da matéria, não
se extingue com a corrupção do corpo. A Revelação não apresente profundamente o
caráter natural ou sobrenatural da imortalidade da alma, pois a Escritura
considera toda a vida do ser em relação à Deus.
O HOMEM E A MULHER
Segundo o dogma da criação, Deus criou o homem e a mulher à
sua “imagem e semelhança”, com aptidão para a vida na graça e deu-lhes a missão
de perpetuar a espécie, através de sua sexualidade, embasados no amor, que
ultrapassa o plano carnal e exprime uma vinculação e complementação profunda
dos dois.
Homem e mulher são seres idênticos e complementares:
idênticos quanto à natureza, e complementares quanto às particularidades
físicas e psicológicas. Realizam-se humanamente e santificam-se mutuamente
dentro da Lei Moral.
Têm igual dignidade, embora no Antigo Testamento a mulher
tenha sua participação limitada na sociedade. Porém, no Novo Testamento, essa
situação muda, principalmente por causa da participação de Maria.
Dentro dessa igualdade, a sexualidade humana é orientada
para o matrimônio monogâmico indissolúvel, destinado à complementação mútua e à
procriação da espécie, sendo no Novo Testamento elevado, por Cristo, à
categoria de Sacramento.
TRANSFORMISMO, POLIGENISMO, MONOGENISMO
O Magistério da Igreja não nega o evolucionismo ou
transformismo. Admite-o, desde que a partir de um criacionismo. A Sagrada
Escritura acena essa possibilidade quando diz que Deus modelou o homem a partir
do barro. O que se deve levar em consideração é que Deus é o Criador imediato da
alma espiritual e imortal em cada homem.
A criação do homem é diferente dos outros seres porque ele é
portador da “imagem de Deus”, enquanto os demais seres se reproduzem sozinhos,
de maneira natural, o homem necessita que Deus crie sua alma e infunda-a em seu
corpo, fato que acredita-se acontecer no momento da concepção, já que a vida do
ser humano se inicia neste momento, conforme a própria ciência demonstra.
Propõe-se também a hipótese do poligenismo, que seria o
aparecimento de diversos casais de um mesmo tronco originários. Esse sistema é
contrário à doutrina do pecado original universal e contrário à unidade da
História da Salvação. Mas também não é totalmente descartável, e pode, pelos
menos, ser aceitável, levando-se em consideração o nome de Adão, “homem”, como
gênero humano.
O monogenismo, um só casal de um mesmo tronco originário,
parece ser o mais provável, e está em conformidade com a Sagrada Escritura.
Essa hipótese não contraria o evolucionismo e nem o criacionismo.
A JUSTIÇA ORIGINAL
O homem perdeu a justiça original quando cometeu o pecado
original. Para reconquistar esse estado foi necessária a redenção oferecida
gratuitamente por Deus. Embora o homem recupere esse estado original no
Batismo, as conseqüências do pecado original continuam a existir.
A QUEDA
A doutrina do pecado original é muito importante para a fé.
Deve-se distinguir entre o pecado das origens e o estado de pecado que nasce
cada ser humano. A humanidade vive mergulhada num caos tão grande, que deve ter
havido algum acontecimento que o tenha causado, mesmo que alguns escritores
digam que o relato do pecado original seja apenas simbólico. De qualquer modo,
o relato não foi inventado. Foi apresentado como “o tipo” do pecado humano,
onde teria o homem começado utilizar a liberdade para se tornar autônomo a
Deus.
Deste modo, com o pecado de um, todos pecaram. E a
participação dos descendentes no pecado de Adão se dá pela “solidariedade”
universal dos homens com o responsável pela instalação do mal no mundo: o
próprio homem.
Postado por Pr. Antonio
Fortunato
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