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VIVER EM PLENITUDE ― MUITO ALÉM DAS TEOLOGIAS DA PROSPERIDADE E DA MISÉRIA
I.
A VIDA ABUNDANTE CONSISTE NO EQUILÍBRIO
II. CORRIGINDO OS ERROS ACERCA DA POBREZA
III. A VIDA ABUNDANTE NÃO SUPERESTIMA O CORPO NEM NEGA A ALMA
II. CORRIGINDO OS ERROS ACERCA DA POBREZA
III. A VIDA ABUNDANTE NÃO SUPERESTIMA O CORPO NEM NEGA A ALMA
Justo
Gonzáles, historiador da Igreja e teólogo, ao fazer um mapeamento sobre a
pobreza na história do cristianismo, observou que a tradição cristã sempre
sustentou que a pobreza, no sentido literal de carecer dos recursos necessários
para a vida como o alimento, o abrigo, as vestes, etc., não é resultado da
vontade de Deus, mas do pecado ― mesmo que não necessária ou exclusivamente o
pecado dos pobres. Na literatura patrística, em geral, fala-se da pobreza como
resultado da riqueza extrema e do uso egoísta do poder por parte de alguns e
exorta, repetidamente, os cristãos a compartilharem seus bens com os
necessitados. Durante a Idade Média, tais exortações eram tão radicais como
foram antes e, portanto, limitava-se a convidar os ricos a darem esmolas aos pobres.
Depois da Reforma, conforme o capitalismo se desenvolveu, popularizou-se a
ideia segundo a qual os pobres o são como resultado de suas decisões, de sua
desídia e sua falta de criatividade, enquanto os ricos o são graças às próprias
qualidades.
[...]
É fácil perceber que dentro da tradição cristã quando o assunto tratado é um
viver próspero, quer seja através da posse de bens materiais, quer seja do
desfrutar de saúde plena, não há unanimidade de pensamento. Muitos acreditam
que uma vida abundante deve suprimir toda dor, pobreza e sofrimento. Por outro
lado, outros acreditam que não se deve possuir nenhum bem material, mas viver
em completa pobreza. Todavia a resposta para esse conflito de ideias passa
necessariamente por um entendimento correto sobre o valor das realidades
material e espiritual. Como um ser com espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23), o
homem possui necessidades tanto materiais como espirituais. A vida abundante
não nega o valor dos bens materiais, afirmando a supremacia do espírito sobre a
matéria, e, dessa forma, considerando pecado a aquisição de bens ou posses. Por
outro lado, não nega também o valor das coisas espirituais, afirmando que a
matéria seja a única realidade existente e que a busca dos valores espirituais
são desnecessários. A Bíblia mostra a necessidade de se buscar um equilíbrio
entre essas duas realidades.
Texto
extraído da obra “A Prosperidade à Luz da Bíblia”, editada pela
CPAD
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