segunda-feira, 12 de março de 2012

A Epopeia de Gilgamesh e o Dilúvio


A Epopeia de Gilgamesh e o Dilúvio


A epopeia de Gilgamesh é datada, segundo arqueólogos, de aproximadamente 2600 a.C., sendo desta forma, a obra, escrita, mais antiga do mundo, anterior, mesmo, a “Odisseia”e “Ilíada” de Homero.

O texto mais importante sobre o personagem é a chamada Epopeia de Gilgamesh, um longo poema cuja versão "padrão" foi compilada no último terço do segundo milênio AC em acádio, baseada em histórias mais antigas. Na obra, o rei é apresentado como filho de Lugalbanda e uma deusa, Ninsuna (ou Nimat Ninsun). Gilgamesh era, assim, um semi-deus, descrito como dois terços deus e um terço humano, dotado de força sobre-humana.



No início do poema, o herói é apresentado como o protetor de Uruk e construtor da magnífica muralha da cidade. Era, porém, um líder de personalidade arrogante e tirânica, que recrutava violentamente os jovens para o serviço militar e violava as virgens. Para contrabalançar o rei, os deuses criam Enkidu, um homem selvagem que torna-se inseparável amigo de Gilgamesh. Juntos os dois passam por várias aventuras como a viagem à Floresta dos Cedros, onde combatem e vencem o monstro Humbaba. Após retornar a Uruk com a madeira da floresta e a cabeça do monstro, a deusa do amor Ishtar tenta seduzir Gilgamesh. Este recusa-se, e Ishtar como vingança convence Anu - o deus sumério supremo - a enviar o Touro Celestial, que causa grande devastação. Gilgamesh e Enkidu matam o touro.
Enkidu é marcado pelos deuses para morrer, e adoece gravemente. Gilgamesh lamenta-se amargamente mas não pode ajudá-lo. Após a morte de Enkidu, Gilgamesh desespera-se ao tomar consciência de sua condição de mortal. Lança-se então numa busca pela imortalidade. Nesta busca o herói encontra Utnapishtim, sobrevivente de um grande dilúvio que acabou com toda a humanidade. Esta parte da história, com grande semelhança ao dilúvio narrado na Bíblia, é baseado no antigo épico acádio Atrahasis. Utnapishtim conta a Gilgamesh sobre uma planta que cresce sob o mar e que confere a imortalidade; com grande dificuldade o herói a consegue obter mas, num momento de descuido, a planta é roubada por uma serpente. Gilgamesh retorna a Uruk, encontrando as grandes muralhas construídas por ele, que seriam sua grande obra


Ela foi descoberta no século XIX, por um jovem inglês que fazia escavações em Nínive, na forma de doze placas de argila escritas em sumério acádico, contendo em torno de 300 versos cada uma. Sua tradução mais completa foi encontrada por volta do século VII a.C., pertencente a biblioteca de Assurbanipal - o último grande rei do Império Assírio - com cerca de 3000 a 3500 versos .


Na obra são contadas as aventuras vividas por Gilgamesh (significa "o velho que rejuvenesce"), rei e fundador de Uruk na Babilônia, hoje Iraque. Reza a lenda, que ele possuía dois terços de origem divina, por ser filho da deusa Ninsun e do sacerdote Lugalbanda. Em suas aventuras ele tem a companhia de Enkidu, um homem selvagem criado pelos deuses para combater Gilgamesh, pois, como despótico, e com uma luxúria desenfreada, ele tomava qualquer mulher no qual desejasse, solteira ou casada, e isso, desagradava o povo que pediu a deusa para criar um ser capaz de derrotá-lo, assim,criou-se Enkidu, e que por ironia do destino acabou se tornando seu melhor amigo. Em suas missões, nas quais buscavam sabedoria e imortalidade, vão descontentando os deuses mesopotâmicos, começando suas aventuras pelas Montanhas de Cedro, onde têm um embate com Humababa, um monstruoso guardião, e depois matam o Touro dos Céus. A história transcorre com muitas aventuras até a parte final do épico que é centrada na reação de Gilgamesh pela morte de seu amigo, e desta forma, se sente mais compelido ainda, na busca da imortalidade.

Um ponto que desperta muito o interesse de pesquisadores, é o relato do dilúvio que possui uma certa similaridades ao descrito no Gênesis. É contado ni livro, que os deuses avisam Utnapishtim, que como Noé na Bíblia é poupado, sobre uma gigantesca onda que viria e com isso, deveria construir um barco, embarcar nele sua família, mulheres e crianças, alguns artesãos de todas as formas de arte, e levar, também, animais e sementes das mais variadas espécies.
As chuvas na Bíblia foram quarenta dias e quarenta noites, já na epopeia é descrito que foram sete dias de chuva e mais sete dias até a chuva parar. Depois, a deriva num mar sem fim, numa montanha o barco acabou encalhando e sete dias mais Utnapishtim soltou uma pomba, onde, não encontrando lugar para pousar, retornou; depois, também sem sucesso, ele soltou uma andorinha; e, até que numa outra tentativa, um corvo encontra terra.
Muitos estudiosos veem grande semelhança entre as duas histórias, mas não há um consenso de que uma derive de outra. Uns dizem que a história já existia na tradição oral de povos mais antigos, e que com o tempo esses povos foram esquecidos, mas alguns supõem que este evento citado na obra, pode ter tido origem no final da última era glacial, ou então, pelo tombamento do eixo da Terra, causado ou pela gravidade de um meteoro que passou perto durante a época, ou pela inversão do polo magnético do planeta que acontece de tempos em tempos.

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